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O trilho da Anaconda: Quando as construções aprendem a dançar
by Leila Dregger
2008-07-02 09:32:14
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O designer Martin Pietsch combina a música com a arquitectura, e este ano vai faze-lo no Boom-Festival em Portugal.

O Boom vai receber uma embalagem nova. Entre 11 e 18 de Agosto, este festival independente, cultural e artístico irá atrair a Idanha-a-Nova milhares de pessoas, como acontece a cada dois anos. «Trilho da anaconda», «Prato oscilante» e «Quo Vadis» são os nomes dos projectos suspensos e oscilantes de Martin Pietsch, que projectou uma composição com 1,5 km de comprimento ao longo do passeio da margem, um porto para o ferryboat, uma esplanada e uma tenda de evento na área Liminal.

De duração breve, prático, económico e com o mínimo de material – as exigências da arquitectura de eventos são tudo menos convidativas para um arquitecto, mas não para Martin Pietsch. O designer e mestre-de-obras de 62 anos é natural de Berlim, mas actualmente vive e trabalha no centro de investigação pela paz Tamera. Ele desenvolveu um percurso de cores, formas e ritmos reunidas numa arquitectura de membranas de construção leve na margem da Barragem de Idanha-a-Nova. Primavera de 2008: Por enquanto, a maior parte da área, onde dentro de alguns meses milhares de pessoas irão dançar, estudar e festejar, está alagada. As chuvas de Inverno encheram a barragem e só com o início da irrigação da Primavera dos campos adjacentes é que a área do festival secará ao ponto de permitir a construção das estruturas.

O material já se encontra no armazém: varas de eucalipto, cordas sintéticas e de aço, Lycra, um material sintético extremamente elástico – e redes de pesca. Com estes elementos, Pietsch e a sua equipa de colaboradores vão fazer com que dentro de poucos meses a zona da margem da barragem de Idanha-a-Nova fique transformada num mundo de magia. A distância desde a entrada do festival até área do recinto é 1 quilómetro. Uma parte dos visitantes será transportada por um ferryboat, mas este não poderá dar vazão à esperada corrente de 25.000 pessoas. É necessário um caminho pedestre tão atractivo como o ferryboat. Com o calor em Portugal, torna-se essencial que o caminho se encontre à sombra – tal como acontece com as áreas de estudo e das refeições, além da zona de repouso com aproximadamente 500 metros de comprimento. A tarefa de Martin Pietsch foi precisamente a criação destas áreas. Para uni-las, procurou não só ideias criativas e artísticas para cada um dos projectos, como ainda uma ideia base que servisse de interligação – uma lenda. Essa lenda é o trilho da anaconda. Pietsch: «Um acesso para um festival que se ocupa em particular com o conhecimento do futuro, não pode ser apenas um trajecto que se queira percorrer rapidamente. Deve ser um caminho de inspiração sensual e espiritual que seduza as pessoas para uma dança»

Do mesmo modo como um compositor cria uma sinfonia, Pietsch criou uma partitura de ritmo, melodia e texto. Cada secção do caminho é uma parte de uma composição musical e arquitectónica.

A música, e em particular a dança, sempre foram uma forte fonte de inspiração para Pietsch.

«O meu ponto de partida para a criação da forma costuma ser a minha intuição» explica. «Em vez de calcular a forma, sinto-a – e nisto, a dança interior da alma e a dança exterior do corpo sempre me ajudaram. Tal como uma dança transforma a melodia e o ritmo num movimento multifacetado, assim procuro formas arquitectónicas que seduzam e unam a natureza e as pessoas numa dança conjunta.»

Com a ajuda dos planos que Pietsch nos mostra no seu atelier em Tamera e alguma fantasia, podemos já imaginar o Verão.

«The trail of the Anaconda» abre o seu caminho pelo recinto do festival de forma sinuosa – ora junto à margem, ora pelos prados e por vezes até através da água. Cada compasso da «partitura de construção» possui características próprias das cores do arco-íris e temas espirituais especiais, de modo que o caminhante «dança» – alternando entre a harmonia e a tensão. Eis de repente – no meio do caminho – o caos. As varas de eucalipto, que até então suportavam sólida e fielmente a estrutura, despontam repentinamente em todas as direcções, transformam-se num jogo de micado, numa selvagem dança de Tensegrity. «Ainda terás de carregar o caos dentro de ti para poderes dar à luz uma estrela dançante.» Esta frase de Nietzsche está inserida em forma de blocos de pedras inscritas nos símbolos do caminho.

A área das refeições chamar-se-á «Prato oscilante» – uma construção que alguns irão associar a pauzinhos chineses e respectivas tigelas.

Nos últimos dez anos, Martin Pietsch trabalhou sobretudo com o centro de investigação pela paz Tamera, concebeu construções de cobertura, além de casas e ateliers sólidos no sentido de uma arquitectura de zonas múltiplas. Aos edifícios de argila e de madeira, acrescentou o conhecimento sobre as leis da harmonia que geram uma forma que corresponde ao sentido estético interior, e a partir de simples construções funcionais dá origem a formas quase sacras. Todas as suas criações sobressaem tanto pela sua beleza como pela sua funcionalidade. Muitas vezes é precisamente a simplicidade dos materiais e do modo de construção que capta o olhar o observador.

Durante quase três décadas na sua actividade anterior como designer de construções de feiras, Martin Pietsch criou construções de membranas e edifícios orgânicos para comunidades e projectos futuristas.

«Antes, os projectos que desenvolvia para os meus clientes no ramo da indústria eram realizados em todos os continentes. Durante esse trabalho apercebi-me do grau de destruição que a vida do mundo industrializado provoca na Terra e em ultima instância em mim. Tive de abandonar a minha carreira e desde então vivo e trabalho exclusivamente para projectos que servem o bem-estar do Planeta.»

   
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